domingo, 10 de março de 2013

MarcaTexto: Trechos do livro Sereia.


"Buuuu. Nada de "Muito obrigada", ou "Desta vez você realmente conseguiu", ou mesmo, "Agora você está por sua própria conta e risco", o que provavelmente teria trazido lágrimas aos meus olhos, mas não teria feito minha pele formigar como aquela única palavra fez."
Página 26. 


"Quando coloquei o Volvo em movimento e comecei a me afastar lentamente dos meus pais, privando-os da segunda de suas filhas em menos de duas semanas, havia uma única coisa que eu sabia. E era que, se havia uma hora pra endurecer, a hora era essa."
Página 38. 


"Aquela garota. Eles poderiam estar falando de qualquer um, mas eu soube no mesmo instante a quem ele estava se referindo só pelo tom de voz e a forma como disse "aquela garota", como se ela não fosse uma pessoa de verdade, mas alguma personalidade sem nome, sem rosto, regurgitada nos noticiários noturnos."
Página 53.  


"Justine se foi. Acabou. Foi levada como um peixe. Que diferença fazia por que ou como? Ou o que realmente tinha acontecido antes? A verdade é que ela não voltaria. Por mais difícil que fosse aceitar isso, era a única verdade que havia, e tinha que ser mais fácil lidar com isso do que tentar desenterrar o que minha irmã não queria que eu soubesse. E, quando eu aceitar o fato, tudo poderia voltar ao normal. Não ao jeito normal de antes, mas ao modo que seria dali em diante."
Página 94. 

"- Eu sei que é loucura - falei antes que ele pudesse falar alguma coisa. - Sei que pode parecer que perdi a sanidade, e talvez eu tenha mesmo perdido. Quer dizer, a maioria das pessoas normais não tem medo do escuro, nem do mar, nem de altura, nem de avião ou de ficar sozinhas. Algumas podem ter medo de uma coisa, mas eu tenho medo de tudo. Não é normal. Eu não sou normal. Então, esse lance de ouvir minha irmã morta falar comigo de algum lugar lá de cima fez parte da maldição. É como se eu tivesse juntado tudo que existe no mundo para se ter medo e começasse a cria o meu próprio mundo. Por isso agora eu posso começar a ter medo também do que mais a minha imaginação pirada seja capaz de inventar."
Página 155. 

xoxo, reader girl. 


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